sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Fatos & Mitos sobre a Doação e Transplante de órgãos

Talvez você já tenha ouvido a história, segundo a qual um homem encontra casualmente uma bela garota que o convida ao seu apartamento e, após uma bela noite de "drinks" e outros prazeres fugazes, acorda em uma banheira cheia de gelo e descobre em suas costas duas incisões cirúrgicas indicativas de que os seus rins foram removidos por uma "predadora de órgãos" a serviço de um "mercado negro" que alimenta uma rede clandestina de transplantadores. Se ouviu, então, com certeza, você deparou-se com um dos inúmeros mitos acerca de transplantes de órgãos. Um fato como este, que circula, frequentemente, pela Internet, costuma "fazer a cabeça" de alguns incautos apesar de estar cheio de imprecisões.

Em primeiro lugar, uma incisão para remover os rins de um doador vivo ou não nunca é feita nas costas. Em segundo, o gelo na banheira entra nesta história da mesma forma como Pilatos entrou no Pai Nosso. Em terceiro, por causa da complexidade dos procedimentos médicos e burocráticos seguidos, protocolarmente, na remoção de um órgão de um doador e implante em um receptor - compatibilidade entre doador e receptor, a necessidade de uma equipe numerosa de profissionais com modernas facilidades operaionais - faz com que uma pirataria como a subentendida seja possível somente em uma mente muito fértil.

Um mito que assusta muita gente diz respeito a possibilidade de alguém "voltar" de uma situação de morte encefálica. A morte ocorre quando o encéfalo (cerebro e tronco cerebral) morre o que pode ocorrer por duas vias: o coração e os pulmões param de funcionar ou o encéfalo para de funcionar. Este pára de funcionar em decorrência de um trauma grave. Nestas circunstâncias o coração e o pulmão podem ser mantidos funcionando com suportes somente disponíveis nas UTIs. Morte encefálica é um critério médico, ético e jurídico aceito. Esses critério podem mudar com o tempo. Considere que há poucas décadas passadas ninguém voltava de uma parada cardíaca. Hoje, as técnicas de reanimação são aplicadas rotineiramente e com sucesso, até mesmo por não médicos.

MITO: Se depois de um acidente de carro eu chegar em um hospital e os médicos descobrirem que sou doador de órgãos, eles vão relaxar o tratamento para assegurar que os meus órgãos sejam utilizados para transplante.

FATO: Não existe nenhum conflito de interesse entre os atos de cuidar de um paciente grave, mas com quadro reversível e o de cuidar de um potencial doador de órgãos. Se fosse assim, praticamente não existiria falta de doador de órgãos.

MITO: Sou muito velho para ser doador de órgãos.

FATO: Em princípio não existe restrição de idade cronológica para o aproveitamento de órgãos para transplante. O que importa é o estado fisiológico do mesmo..

MITO: Não sou doador porque a minha religião não permite.

FATO: Todas as religiões são favoráveis a doação de órgãos como um ato de amor ao próximo e de caridade. A decisão de ser ou não doador é pessoal.

MITO: Se eu doar os meus órgãos eles serão comercializados para favorecer aqueles que tem mais dinheiro.

FATO: Talvez você consiga vender um dos seus rins, mesmo que essa prática seja absolutamente proibida no Brasil. Contudo, o comércio de órgãos de doador não vivo é inviável na prática por uma série de razões, incluindo compatibilidade biológica, tempo de preservação dos órgãos, número de profissionais envolvidos em um transplante, etc.. Não existe nenhum caso confirmado de comercialização de órgãos de doador não vivo. O comércio de órgãos de doador vivo é legal em alguns países e tolerado em outros. Não no Brasil.

MITO: A doação de órgãos é um ato emocionalmente muito doloroso para um momento de perda.

FATO: As famílias que tem adotado o gesto de doar os órgãos de um ente querido que morreu repentinamente sentem-se mais reconfortadas em saber que parte dele ou dela permanece fluindo entre nós, permitindo que outras pessoas continuem vivendo. Em verdade são sentimentos sobre os quais pouco temos o que falar sem experimentar.

Fonte:
http://www.adote.org.br/oque_doacao_fatomitos.htm

2 comentários:

Anônimo disse...

Conheci essas lindas garotas em meados de 2004, em Holambra. Meu nome é Emília Abreu, sou assistente social por vocação mesmo. Na época eu trabalhava na central de transplante de Minas Gerais. Viajei com a intenção de "esquecer" que trabalhava com doação de órgãos, pois havia passado por uma situação difícil no meu trabalho com relação a uma criança que acabava de perder o pai. Isso foi muito pra mim, pois revivi a minha história, já que havia perdido meu pai com apenas 4 anos.
Então para “refrescar a cabeça” fui conhecer a cidade das flores. Acabei conhecendo as flores mais bonitas de Holambra que foi a família Reinelt Marques.
Ao contar da minha prática em Belo Horizonte, Eva emocionou-se e disse que eu era um anjo enviado por Deus para continuar este trabalho tão bonito!
Não preciso dizer que me emocionei! Abraçava aquelas garotas com tanta emoção que meu coração “pulava de alegria”!!!! Fiquei sem direção, e só olhava para aquelas meninas que com certeza receberiam o transplante renal ! Tive convicção disso!!!!!!
Tiramos fotos, conheci a ONG DOE VIDA, e a partir daí tive a certeza de que meu trabalho teria que continuar e que nenhuma barreira poderia deixar de ser enfrentada por mim e a toda dificuldade, eu pensava nas lindas amigas de Holambra/Campinas e conseguia ir em frente.
A partir daí virei representante da DOE VIDA em Belo Horizonte. Que honraaaaaaaaaaaaa!!!! Fiquei metida mesmo!!!! E para onde vou tenho na bolsa a minha carteirinha... chique demais!!!

Fui à formatura de Psicologia da Evinha, um lindo momento familiar e eu ali junto daquela família que me ensinou a ter fé! É isso a Mamy, ( mãe das meninas- apelido carinhoso que coloquei nela por ter me acolhido como mãe também) é de uma fortaleza sem limites... admirei essa mulher e hoje que sou mãe penso o quanto de fé foi preciso para ver as três filhas na hemodiálise.

No final do ano ao ligar para Eva para desejar um Feliz Natal ela me contou da surpresa que fariam para Anna Paula. E eu em prantos de emoção, mal deixei que ela percebesse. Que alegria, o primeiro transplante aconteceria!!!! Com certeza, o ano de 2005 foi histórico para essas queridas amigas!

Saí da Central de transplante em janeiro de 2007. Hoje vejo que foi necessário, e que meu tempo lá havia terminado, tive minha filha, hoje com 1 ano e 2 meses e aí recebi uma proposta de emprego, para trabalhar com o que???? Adivinhem: TRANSPLANTE RENAL. É isso mesmo. Hoje trabalho com o receptor do transplante renal, num hospital em BH. Claro que amo o meu trabalho!

Quero deixar registrado neste blogger, que mesmo distante estou com vocês em pensamento. A cada palestra que faço sempre no final tem a minha foto com vocês!!!!
Obrigada amigas, obrigada por me proporcionarem tantas lembranças lindas... Vocês moram no meu coração!
Grande beijo;
Emília Abreu

Ministério da Saúde disse...

Olá,
A doação de órgãos é um ato de solidariedade e amor ao próximo. Saiba mais sobre o tema aqui: http://bit.ly/cHLx34.

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